Não tem ouro do valor
Das lembranças que guardei
Quando o mar se misturou
Num olhar que só eu sei
Quanta coisa a gente pensa
Quando cisma em frente ao mar
De onde é que ele veio, morena
Onde é que vai acabar
Tem mar negro, tem o mar de sargaços,
Mar vermelho, mar egeu, hei mar
E o tal mar mais teneboso,
Que é o mar misterioso
Do azul de um certo olhar
Nesse olhar vi afogados lenços, oferendas,
Preces, flores, jangadas, rendas
E um adeus infinito assim
Num olhar de puro azul
Que me pedia que eu tivesse muita fé
E não chorasse porque ia me escrever
Dos lugares que passasse
Sobre o quanto me queria
Olhos tão apaixonados, aí eu gostei
Olhos já muito afastados, aí eu chorei
O navio foi-se embora
Eu não sei quantas auroras
Te esperei no fim do cais
E os tais olhos nunca mais