Com esses olhos que a terra há de comer
é que vi Maria descer a serra
com a sua sainha de godê
com feitiço no olhar de primavera
Esse cheiro é fulô de laranjeira
o sorriso é cantiga de acordar
se o luar tem magia sertaneja
toda noita é certeza serena
Mas quem dera, dera, ai, ai, ai, mas quem dera
sonho cristalino, coração menino, cachoeira
chame Lia, Chico e Mané,
Mariana dos olhos de mel
a malícia de cair no poço, o chamego de passar anel
Se o direito de Joana tá vago
e por acaso João ocupar
se têm casa, enxoval e idade
na verdade já podem casar
Arreune o povo no terreiro
que a ciranda já vai começar
cantoria de paz pela terra
e a fome jamais voltará