E quando eu me olho
Nesses espelhos
Estrangeiros de mim
Sempre pareço ser
Diferente do que jamais fui
Aparentemente eu
Sou em metáfora
Uma metamorfose infinita
Cheia de luzes intranquilas
Caos envolto em paz
Se me enxergo em todo prédio
Inacabado ou destruído
Já não sei se estou destroçado
Ou ainda não construído
Se de todos os altos
Me imaginei caindo
Como é que hoje voando
Não estaria sorrindo?
Ao andar nas paralelas
Ruas e vielas
Ninguém me conhece
E faço delas passarelas
E sem nenhum documento
Ou sequer destino final
Passeio por estas ruas
Com meu bloco
Desastral
Por que eu
Sou em metáfora
Uma metamorfose infinita
Cheia de luzes intranquilas
Caos envolto em paz