Vejam só, vejam só, vejam só, vejam só
Óh que dó que dá, óh o que dá dó
Vejam só, vejam só
A cobiça é assim
Ela vira a cabeça
Mas tudo acaba em pó
Vejam só, vejam só
Vejam só, vejam só
Não é incrível poder
Se ver do outro lado
Com o mundo tapado
Sendo o primeiro
Vejam só, vejám só
Vejam só, óh o que dá dó
O pobre é assim
Ele vai de trem
Café com pão, bolacha não
Café com pão, bolacha não
Café com pão, bolacha não
De vez em quando macarrão
Suor, sofreguidão
Trabalho, exploração
Vai cumprindo o seu horário
No mesmo itinerário
Na espera do salário
Prá pagar a prestação
E na vida o que marca
É o que não consome
É a peste, é a fome
O que não é passageiro
Vejam só, vejam só
Vejam só, óh que dó que dá
O rico é assim
Só vai de avião
Comendo camarão
Lagosta e faisão
Verificando as plantações
O seu iate na encosta
O seu gado na engorda
E o mercado de ações
E a estrela cadente
É o espelho da vida
Que se passa corrida
E se deita num leito
Vejam só, vejam só
Vejam só, isto não dá dó
O homem é assim
O pensamento é quem vai
Onde ele quiser
O sentimento é quem vem
Onde ele estiver
E no espaço infinito
A luz não se apaga
E reflete na alma
De um ser derradeiro
Vejam só, vejam só
Vejam só, vejam só...