Não tem a ver com sair da lama, é sobre não voltar pra ela.
Passada a chuva nada como abrir a janela,
E receber segunda chance sem ter tido a primeira,
Sem direito a revanche levanto minha própria bandeira.
Filho da esperança, cheirando á vingança tio,
Pediu mudança, agora toma, engole a seco mil.
Dorme no ponto e por isso que não tem mais diretriz,
Não vim fazer o chão tremer não, isso eu já fiz.
Dividi, uma era inteira, com o mesmo rap
Que um dia disseram que era pura brincadeira.
Ainda tô nas de fazer meu rap ser mais,
Chegar onde o deles não via, fazer o que o deles não faz.
Sem arrependimento, ajo com frieza,
Não imaginava o quanto ser sincero traria problemas.
Meu rap não mudou, o resto que é sempre a mesma merda,
Tipo vendedor com o mesmo papo e quer ter porta aberta
Pros boca aberta (psshhh) fecha o bico.
Pelo bem da rua eu fico e não confunda gorila com mico.
Mito sem cruz, espírito sem luz, eu visto o meu capuz e sigo.
E não confunda qualquer um comigo.
Criatividade zero, vontade o inferno tá cheio,
Pelos meios, se misturando sem mostrar pra que veio.
Prato cheio pra quem quer notícia,eu vim do gueto
E tipo nego dito também sou isca de polícia.
Malícia que a rua constróI, que a mídia explora,
E o dinheiro destróI.
RóI o osso porque a carne ja foi toda. contente eu? não.
Resistente ao apartheid e babilônia,
Peito fechado, mente aberta e vida longa.
Ciente da missão e pronto pra defender a honra
Dos que aqui ficaram, esperaram o sol no dia cinza,
Pra ir mais do que eu nego vai ter que suar a camisa.
Refrão
Eles vão saber que eu fiz, vão saber por onde passei,
Como eu cresci. porque eu deixei a minha marca
Além das calçadas, passei do limite sou forte
E por isso ninguém da palpite, no que eu faço.
Vão saber por onde passei, como eu cresci.
Por que eu deixei a minha marca, além das calçadas,
Passei do limite...
Tenho traços da luta, braços que buscam apoio,
Consolo vejo no olho de quem tem o coração na missão.
Sem falhar, caminhar onde não viram,
Cantar o que não ouviram, exaltar jill scott heron.
Revolução televisionada, não.
Globalização pra apagar o nosso passado.
Pé na cozinha, pé no barro, pé no chão, sem nike.
Disposição pra combater cuzão igual as farc faz.
Traz uma dose de glória, favela agora brinda,
Agradece, nossa alegria vai fica aqui em cima e não desce.
Pede mais união e paz, mais uma chance mais,
Uma vida menos sofrida pra quem correu atrás.
Felicidade intensa, procura infinita ou vou ser a cura,
Ou serei o sal na ferida.
Facção na avenida, arrastão de idéia nova, rap de nova era,
New era mochila e foco.
Sem fantasia, magia no rap eu coloco.
Não vim pra desfilar, vim derrubar as alegoria do teu bloco.