Os dias passam em sombras lentas
Fantasmas dançam no palco da pressa
Pessoas caçam um prêmio invisível
Que prêmio, afinal?
Uma corrida de vaidades vazias
Onde tolices ganham coro
Disputam a coroa da futilidade
Qual será a próxima a brilhar?
Enquanto eles contam seus segundos
Eu me perco em abismos profundos
Vazios que ecoam, ressoam
Neles, em mim, em todos nós
Estamos perdidos, na trilha do nada
Nossa devoção por momentos que evaporam
Até que a próxima urgência nos prenda
Nos aprisione na rotina do medo
Medo de ser esquecido
Medo de ser nada
Medo de não ser eco
De não deixar marcas
E ao mesmo tempo
Medo de ser visto, de perto, demais