Hoje, como ontem, to agoniado,
desesperançado,
peito ao molho de navalha
A minha alegria mais parece
nunca, mais
parece nada, mais parece jamais,
nada nunca
Deitado em maca esplêndida do meu destino
Eu só queria era ficar hoje sozinho
Ah! Como eu queria era fazer um poema triste e
depois compor com réquiem de cavaquinho
Entenda como eu tô triste, como eu tô triste
Dá licença pra eu ficar tão triste assim, me dá licença
Deixa eu fazer o que penso, deixa eu fazer
o que sinto, dá licença
Assim como ‘cê faz somente o que ‘cê pensa
Mas hoje, como sempre, se eu gritar que
vou pular desse edifício
O espetáculo recomenda o pulo
Meu Deus, por que inventei de ser artista,
Se todo mundo quer viver batendo palmas da minha dor?
E ainda por cima querem fazer um carnaval
na UTI da minha alma!
OK, você venceu! OK, você venceu! Tudo, tudo agora é festa!
‘Cê entra com o chute e eu entro com a testa
Então na minha dor, tentei compor um roque, um xote,
um fox trote, um baião
Pra, no final, compor pr’ocê esta canção
Só pra você
Dançar com sua alegria
Dançar sem nenhum pavor
Dançar ao som da minha dor
Dançar com sua euforia
Dance sem nenhum pudor
Dançar ao som do meu pavor