ALVORADA SERTANEJA
ADEMYR RICO
FINAL DE TARDE QUANDO CHEGO DO BATENTE
DEPOIS DE UM DIA QUENTE CAMISA CHEIA DE SAL
ENCHO A PURUNGA NA CISTERNA COM água FRIA
PRA VOLTAR NO OUTRO DIA PRO MEU TRABALHO BRAÇAL
O SOL POMPOSO SE ESCONDE NO OCIDENTE
MUDANDO DE CONTINENTE PARA LUA DA O LUGAR
VOU PRO RIACHO TOMAR BANHO NA CASCATA
OUVINDO A BEIRA DA MATA A NHAMBUZADA PIAR
SOU LIBERDADE AQUI NADA ME ATORMENTA
COMO GORDURA E PIMENTA E MUITA CARNE DE SOL
MEU CORPO É FORTE A NATUREZA ME ADORA
NO SUOR QUE JOGO FORA VAI JUNTO O COLESTEROL
TENHO A CABOCLA E DOIS FILHOS QUE ADORO
ESTE RECANTO QUE MORO NÃO É CERCADO DE GRADES
FELICIDADE É O LEMA DA VIDA NOSSA
PENA QUE AS COISAS DA ROÇA NÃO TEM USO NA CIDADE
NO DIA SEGUINTE ACORDO SEMPRE DISPOSTO
NA MINA LAVO MEU ROSTO ENQUANTO A BRISA ME BEIJA
NO PÉ DA SERRA SIRIEMA SOLTA O CANTO
PERPETUANDO O ENCANTO DA ALVORADA SERTANEJA
PELOS CAMINHOS A JURITY SERPENTEIA
DEIXANDO O RASTO NA AREIA FAZ DALÍ SUA PASSARELA
A PAZ QUE TENHO NÃO CONSEGUE COM DINHEIRO
O CONFORTO VERDADEIRO SÓ TEM QUEM VIVE COM ELA
SOU
LIBERDADE............................................................................