Cheguei pra narrar a festa numa cidade do litoral
Estacionei a pick-up com som ligado quebrando pau
Ouvindo moda de viola, querumana e corta jaca
Nisso chegou um sujeito cheio de brinco falando caca
Me disse : marco brasil, só você não descobriu,
Que essa música imbecil, até no aceano causa ressaca.
Com palavras ofensivas o tatuado me atacou feio
Dizendo eu pratico surf e tenho nojo do tal rodeio
Com essa roupa caipira, você parece idiota
Eu acho muito cafona esse chapeu grande, fivela e bota
Pode até quebrar o peito, pra fazer verso bem feito
Se não andar desse jeito, eu tenho certeza ninguém te
nota
Eu disse pro atrabilhado chega aqui perto, senta e
segura
Vem ouvir moda de viola e conheça um pouco nossa
cultura
Realmente sou caipira, e narro a festa da paz
Já cansei de sua cara que alem de suja é feia demais
Se não mudar sua linha, vai ter que fugir da rinha
E ajudar a mamaezinha vender cerveja a vinte reais
Meu vício é a mulherada wiski e cerveja e moda de
viola
O que se faz no rodeio e coisa de homem, não de boiola
Sou filho do interior, me orgulho em ser bom amigo
Meu vocabulário é fácil, quem tem cultura sabe o que
digo
O seu pai deve sofrer, é não consegue entender
Pois sabe que ter você , para vida dele foi um castigo
Agora acabou o papo, me dê licença e não me atrapalha
Vou curtir o aceano e me divertir nessa linda praia
Aqui está o meu cartão, e escuta o que o povo diz
Vai conhecer o rodeio, onde tem paz e gente feliz
Antes disso tenha calma, vai reciclar sua alma
Depois venha bater palmas... pra maior festa do meu
país.