Eu vejo a planta que nasce no asfalto
Natureza grita alto pedindo ajuda
E o índio foi vítima de um assalto
Do pessoal que aliena, verdade que afunda
Queimam óca pra levantar prédio
Os playboy cheirando coca pra sair do tédio
Consumismo sem limites na falsa certeza
Ninguém vê que a natureza é o melhor remédio
E ela ta pedindo ajuda enquanto a gente finge que não vê
E ninguém muda a rota pra ver se consegue entender
Que o valor dessa riqueza imensurável é
O meu amor é natureza e nela tenho fé
Inspiração visita a alma, olhos de paisagem
Contrasta o verde que acalma toda essa viagem
Minha parede é o horizonte meu teto o céu
E no papel materializo mais uma mensagem
Minha parede é o horizonte meu teto o céu
E no papel materializo mais uma mensagem
Que me liberta cada dia mais do mausoléu
Que e onde vive a maior parte dessa sociedade
Que se alimenta de ilusão, solidão com mel
Sem liberdade de expressão, extinção da verdade
Sofrimento já virou normal
Nessa desigualdade social, com tanto espaço
E o progresso que diz no jornal
Pra quem tenta ir em frente sem dar o primeiro passo
Cabaço de informação, alma sucumbida
Sua única preocupação e se a foto teve curtida
E se a foto teve curtida o dia valeu apena
Ponto vermelho no azul, resolve qualquer problema
E a lágrima nem cai mais pra expressar a mágoa
Hoje em dia até pra isso ta faltando água
Mas pra quem tá acomodado no desafio do balde
Mais cedo ou mais tarde bate com a cara na tábua
O rio que corre pro mar se afogou na poluição
Meu ar é denso, progresso que corrói o meu pulmão
Fico tenso, me estresso com a falsa evolução
Que vai fazer meus filhos verem cachorro em extinção
A simplicidade dificulta a visão
De quem acostumou viver na prisão
Minha sociedade vive em uma confusão
De lei com justiça, fé com religião.
Composição: Alve