Catolé!
Cheguei ao meu alto sertão,
Nesse velho torrão,
Que enverga também o peito.
Catolé!
Dessa seca que assola o chão,
Marca o rosto e fere as mãos,
Só não desfaz nobre quinhão.
Mas não é!
Que se dá chuva,
Só do barulho a trovoar,
Teu povo sai a dançar.
Como é!
Que no corrente se faz inundar,
Gente a correr e a gargalhar,
A tomar banho de bica.
Catolé!
Desde cedo comendo feijão...
Dos caba, do sítio do sertão...
Catolé!
Cabinha, oxente, sim sinhô,
Mais menino, vôti, sostô,
Por favor, não me arremede não...
Catolé!
Fez nascer a mama áfrica,
Berádêro a capela a gritar,
Arcaico peito catolaico
Catolé!
Dessa fibra não abro mão,
Por mais longe ou de avião,
Os mares e a terra andar.
Mas não é!
Da rocha que se fez nascer,
A postura cultura enternecer,
Desde o tempo de lampião.
Catolé!
És meu coração?
Ou será meu coração
Que é catolé?
Rocha – rocha – catolé
Rocha – rocha - catolé do rocha
Bagaceira, catolé
Peixerada no bucho, em seu zé.
Praça de guerra, catolé.
Menina dos zóio, catolé.
Jurema, juá, jumento, preá.
Açude a sangrar...
Grão, pião, gibão, canhão ,
Na mão, joao,
José, maria pangare
Tamarina, oiticica, milho verde
Juriti, gameleira, caatingueira
Lamparina, rapadura, pão de lo
Alanvantu, anarrie, não fique so
Macaxeira, mulher renderia
Trepadeira, so tem na feira
Ninhar, minar, ninar
No monte tabor