Meus ouvidos eram a multidão
Meus ouvidos não me escutavam
Eles diziam para me levantar
Eles diziam para eu tampar
Eles diziam para eu cuspir
Eles diziam para eu ouvir...
Mas infelizmente não pude cheirar...
Minhas narinas eram a violência
Minhas narinas não cheiravam
Elas escutavam para me levantar
Elas escutavam para eu baixar
Elas escutavam para eu digerir
Elas diziam para eu cheirar...
Mas infelizmente não pude engolir...
Minha boca era única
Minha boca era língua
Ela não me deixava falar
Ela não me deixava trancar
Ela não me impedia de mentir
Ela não me deixava amar...
Mas infelizmente não pude sentir
Meu tato não me deixava tocar
Meu tato não emitia sons
Ele era só o que achava certo
Ele era só o que achava errado
Ele era só o que tentava ver
Ele era só o que podia demarcar
Mas infelizmente ele não foi feliz
Meus olhos eram escuridão
Meus olhos estavam cerrados