A noite esquentou, o drink desceu
A lua brilhou, a fumaça subiu
O pulso pulsou, a utopia cresceu
Assim que o vento soprou
Quando a alegria surgiu
Se revelando arte ao tomar a forma na vida
Sendo a vida obra-prima e lindamente finita
Na ordem espontânea macaco velho autentica
Desmerecendo a cumbuca só pra roncar a cuíca
O poeta disse que na noite a cidade é mais bonita
Principalmente na presença de uma mina que te excita
E quem sou eu pra falar de amor numa hora dessas?
Só quero ela de braços abertos fazendo promessas
Jogo de dentro, de fora, por cima, por trás
Vermelha explosão de um sangue vivo fugaz
Semeando lascivos campos num ardor absoluto
E de audácia em audácia, colherei teus frutos
Aninhado em seu seio, dois pêssegos rosados
Um em minha mão esquerda, outro em meus lábios
Fito seus olhos castanhos em ausência
Num lindésimo de segundo roubando sua natural essência
Na tentativa de fazer o mais exótico dos perfumes
Para extinguir desavenças e os humanos ficarem impunes
Com a volúpia fragrância que por si só se resume
Me ebulindo ao êxtase no mais elevado cume
E quem dera eu viver dessa bela simbiose
Num eterno retorno de prazer livre de overdose
Só que há um adeus para todos e esse já foi dado
Pra Sartre não me caçoar por estar encoleirado
E que eliminem a castração no substantivo namoro
Gozando deste momento sem rótulos e desaforos
Dois sorrisos satisfeitos no emaranhado deste lençol
Admiro o lindo brilho no rosto dela ao nascer do sol