tem que sangrar
e doer forte no peito
tem que ser daquele jeito
Tem que causar desatino
inconsequente
A dor de amor é sagrada
Faz rolar água salgada
Não se foge ao destino!
Tem que rimar
Entre primas e bordões
Fazer poema e canções
Em acordes dissonantes
Pra comprovar
Que a paixão é uma loucura
Água mole em pedra dura
Santo pranto dos amantes!
E a saudade
Sempre faz sangrar um verso
Pra encarar o adverso
E o poeta descamba,
Ao ver o brilho
Das estrelas na calçada
Com a alma enluarada
Faz sangrar um novo samba!