NO RASTRO DA GADARIA
Já faz três dias que eu culatreio esta tropa
que vem mermando quase chegando ao destino
trança o cavalo no rastro da gadaria
das alagrias poucas de um campesino
Só mais uns dias e a tropeada se termina
minguada é a plata para os que rondam madrugadas
empurrando bois nos encontros dos cavalos
de longe os galos prenunciam alvoradas.
De vez em quando um sapucay chamando a ponta
e um índio touro abre o peito e atropela
um cusco baio se revolta e garroneia
o boi coiceia e dando volta se entrevera
Tranqueia o gado farejando o aguaceiro
que vem se armando lá pras bandas oriental
abrem-se ponchos na culatra e lá na ponta
e o vento apornta mareteando o pastiçal.
Troveja longe e um raio plancha na terra
e a m,anga d'água já branqueia o corredor
encharca o poncho e a alma de quem tropeia
se o tempo enfeia pros lados do chovedor
Não vejo a hora de findar a minha jornada
e voltar pro rancho que ergui no meu lugar
já imagino a minha linda na janela
sonhei com ela e pra ela vou voltar.