E no meio de um delírio incontrolável
eu pude conversar com essa solidão.
Eu senti meus pés cravados nesse chão,
minha mente se tornou mais que indomável.
Senti o vento que soprava intensamente
e me contava sobre um passado distante.
E essa visão que foi surgindo em minha mente,
me levou pra um lugar, pra um instante.
E com o canto deste nada que me atrai,
eu sigo sempre destinado a não sonhar,
entretanto, sonho com a chuva que não cai
entre tantas palavras ditas sem falar.
E neste sonho, eu caminho sempre só.
Eu procurei por um sentido imaculado
e voltei com a tristeza ao meu lado
ao entender que sou o nada, sou o pó.
Eu tropeço nas pedras que o tempo esqueceu
e busco o sentido do tempo que não passou.
E o resumo de tudo isso que sou
pode ser lido no livro que ninguém leu.