Era triste e louco como quem não tem
Ninguém na vida, nada ou muito pouco
Ninguém lhe tinha afeto ou respeito
Todos achavam ele um estrupício
O seu suplício sempre silencioso
Não era ouvido por ninguém nas ruas
As suas pedras eram como verbos
E ele botava medo nas crianças
Os seus gemidos eram como lanças
E as vezes eram notas de socorro
Quando sentia medo ele sumia
E olhava a vida de cima do morro