Num vazio da vida, pode tudo estar claro
E ao mesmo tempo, como vidros no olhar
Na madrugada as certezas dissolvem-se
E o frio da noite insiste em embaçar o meu ser
A taça quebra-se e o vinho mistura-se ao sangue
Abro a janela e a chuva confunde-se com as lágrimas
Arrebento a vidraça e os estilhaços que se espalham
Brilham como a lua sobre a minha escuridão
Rasguem as cortinas... Essa é a vida!
Abaixem as armas... Não há mais luta!
Exaltem seus espíritos... Não há mais corpos!
E tirem do peito o punhal... Não há mais amor!
Só há desespero, quando tudo está perdido
Só há devaneios, quando o peito está ferido
Só há uma saída... Foge depressa!
Que pelo túnel passa, para sempre e para nada
Rasguem as cortinas... Essa é a vida!
Abaixem as armas... Não há mais luta!
Exaltem seus espíritos... Não há mais corpos!
E tirem do peito o punhal... Não há mais amor!