Fale da vida, seguindo seus passos
Mas fale com a voz da razão
Siga a saída, desatando seus laços
Não se esqueça do coração
Haja na lida com brandura de pombo e olhos de gavião
Seja ainda, mesmo que perca o compasso
O estribilho em toda canção
Veja meu filho, o quanto aqui é escasso
Mas procure a solução
Força na mente e estenda os braços
Com a bahia em ostentação
Tudo é importante
Mas com tantos estilhaços, o reduto é a redenção
Fale bem claro das idéias do cangaço
Elevando o grande lampião
Grite meu filho, com os punhos cerrados
O quanto somos irmãos
Fale de canudos, contemplando os jagunços
Conselheiro e sua população
Fale da seca, do suor e da caatinga
Mas fale com o orgulho na mão
Fale de maria quitéria heroína
Resplandecendo a luz do sertão
Grite meu filho, a voz do seu avô
Sustentando toda a geração
Grite meu filho, a voz do seu pai
Com nossas próprias leis em ação
Grite meu filho, a sua própria voz, forte, em exaltação
Grite meu filho, a voz de todos nós - pedaço da nossa nação!