Minha viola é de dez corda
Com requinta no bordão
Está no estilo que eu gosto
E na minha afinação
Eu tenho meu companheiro
Considero igual irmão
Esse cabra é o tár
Que nunca encontrou par
É o rei da voz no baixão
Quando arrecebo um convite
Me alegra o coração
Pra mim não conheço hora
Nem noite de escuridão
Quando nóis chega na festa
É animada a função
Se tem violeiro invejoso
Já vai ficando nervoso
Só com a minha informação
Eu fico ali de um lado
Apreciando os forgazão
Eu vejo a viola vim vindo
Passando de mão em mão
E quando chega na minha
Eu tenho satisfação
Eu canto a primeira moda
Os violeiro já faz roda
Eu saúdo os que ali estão
Logo vem o dono da festa
Me pede a repetição
Pra descê nos quatro ponto
E no meio do salão
Eu falo pros companheiro
Sapateá na perfeição
O assoalho logo estremece
O suor do rosto desce
Quase as teia cai no chão
E quando o dia amanhece
O sór faz o clarão
Eu faço a despedida
Vou cuidar da obrigação
E quando eu chego em casa
Me alegra o coração
Encontro uns dez chamado
Deixando os dia marcado
Pra voltar noutras função
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)