Escuta meu companheiro
Vou lhe contar a razão desta paixão
Que eu trago no meu coração
Que desilusão
O dia amanhece, a noite escurece
Eu sinto que cresce o meu padecer
Nem minha viola já não me consola
Nas horas amargas deste meu viver
Vou contar pra você amei com ternura
Uma criatura talvez por loucura não me compreendeu
Atrás da vaidade se foi pra cidade
A infelicidade ela recebeu porque se perdeu
(“Falo meu amigo, a mulher que casou comigo
Mãe do meu filhinho que hoje completa dez anos
Eu vivo lhe enganando, ele vive pra ela rezando
E só tem os meus carinhos
Ele pensa que ela morreu, mas não
Ela seguiu o mau caminho”)
Hoje é uma mundana pior que cigana
Que pelo dinheiro vai de mão em mão
É que nem a foia que sorta do gaio
E o vento e orvaio judia no chão
Eu tenho compaixão
É que nem a lua que vive pra rua
Nem minha e nem sua, não é de ninguém
É uma mariposa, não sabe onde pousa
Que destino triste essa mulher tem
Não desejo a ninguém
Não desejo a ninguém
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)