Mulato quando passando te vi
Tinhas no passo gingado um mistério qualquer.
Tal poder de atração
Que eu como escrava te segui
E inconsciente fui parar
Em frente à porta do teu barracão.
E a vida ficou diferente
Ficou mais bonita.
Era de amor de malandro, mas sem bofetão.
Era amor...coração.
Mulato, teu pobre barraco
Pra um homem sozinho
Era grande e ficou, no entanto depois
Tão pequeno para os dois
Mas tudo tem fim nesta vida
E um dia mulato
Por falta de amor ou capricho talvez
Foste embora de vez.
E eu me senti tão pequena
Entre as quatro paredes do teu barracão
Tão grande para um só coração
Mulato, hoje de ti já esqueci
E quando passas por mim com teu passo gingado
Que é uma atração
Não vou como outrora atrás de ti
Mas confesso que a saudade
Te persegue e vai contigo ao barracão...
(E$xtraída do livro ´"Custodio Mesquita - Um compositor romântico no tempo de Vargas" de Orlando de Barros - FUNARTE - 2001