Pudera aquela flor
Usasse a força comigo,
E entre o amigo
Trouxesse o amor.
Quem dera, aquele céu
Fizesse um longo caminho,
E desviasse os espinhos,
Espinhos de papel...
Assim como o ar,
Que deixa a desejar,
Invento eu um caminho
Pra velejar sem mar.
Assim como a dor,
Que pede um carinho,
Sinto-me muito sozinho.
A disfaçar o amor...o amor...
Paula-flor.
Paulamor.
Amor de Paula,
Exala a minha dor.
Teu calor me faz arder em febre,
Faz amor tão sereno que endoida,
Um amor que me leva e me perde.
Faz da tristeza a felicidade,
Da felicidade a fantasia.
Fantasia que me perde e abate.
Eu cansei deste amor segundo Platão,
Que vive a dizer desde então
Que a solidão é só um começo
E que o apreço é contramão.
Na vida tudo tem um alto preço.
Se recebes o mundo que ofereço,
Tirando-me a inteligência e a razão,
Te direi que teu amor, eu não mereço não...
Eu não mereço não...
Paula-flor.
Paulamor.
Amor de Paula,
Exala a minha dor.