A morte é a única
Certeza que temos
Vivemos e quando menos esperamos
Nós morremos
Mesmo sem querer
Todo mundo um dia vai
Talvez essa seja a verdadeira paz
Aqui jaz
Mas a morte não é algo ruim
Ela ensina o valor da vida
Aproveite enquanto é tempo
Antes de sua saída
É algo envolto de tristeza
Lágrimas, lamúrias
Mas é a única certeza
De certo modo tem a sua beleza
O cemitério é um local sagrado
Onde nós descansaremos
Largaremos nossos fardos
E seremos enterrados
É um assunto pouco comentado
Mas deveria ser com mais frequência
Afinal, é o preço final
Da nossa sobrevivência
Uns preferem ir, antes da sua hora
Se matam dando um fim em sua história
No final o que você irá contar
Sua derrota ou sua glória?
Anjos ou demônios
Ninguém é santo
Não se deve julgar
Pois todos vão pro mesmo canto, pro mesmo lugar
Observo os jazigos
E reflito
Esses no futuro, serão nossos abrigos
Espero fazer valer a pena
Antes da minha ida
Para que olhem pro meu túmulo e digam
"Esse daí aproveitou a vida"
Aquele cadáver pálido
Com o coração sem bater
Um dia foi uma pessoa
Com alegria de viver
Temos que aceitar a realidade
Da forma verdadeira que ela é
A morte não é uma crueldade
É a forma de nos manter de pé
Talvez muitos não entendam
O que estou falando
Mas quando verem a morte de perto
Entenderão o que eu canto
Aquele pano, costurado especialmente
Especialmente pra você, seja honesto ou canalha
Use roupas velhas, ou roupas de marca
Um dia chegará a hora de vestir sua mortalha
Sempre vou ao cemitério
Uns acham loucura
Mas é uma terapia
E garanto que ela cura
Nós nascemos pra morrer
Ou morremos pra nascer de novo?
Cada um com sua crença
Esse é o jogo
Infelizmente ou felizmente
É assim
Tudo tem seu começo
Seguido de seu fim