Ruas vazias, sombrias
Repletas de silêncio
Eu penso
Que a noite foi feita pra pensar
E caminhar nos pensamentos
Pensamentos perdidos
Ofuscados
Como a luz dos postes apagados
Cidade pequena
De dia vai e vem
A noite tem ninguém
A vagar, pra ir e vir
Todos estão à dormir, a sonhar
O vento bate em meu rosto
Assanha meu cabelo
Enquanto muitos sonham
Eu caminho em meio a esse pesadelo
Em meio a essa solidão
Buscando uma razão pra viver
Seguindo nesse calçamento em meio a contramão
Vem aqui pra ver
O quanto pesa carregar esse fardo no seu coração
Verdades, acumuladas
Tão acomodadas quanto moradores
De rua que dormem na calçada
Vidas vazias
Mentes escassas de conhecimento
Assim como a rua escura
Que caminho nesse exato momento
Na praça dos três climas, o clima é pesado
Só vejo árvores balançando e um sujeito encapuzado
Andando, em minha direção
Penso em voltar atrás
Mas sou tomado pelo sentimento da razão
Passo sem olhar, nele esbarro
Derrubo da mão dele uma faca
E um maço de cigarros
É
O perigo anda por aí
A vagar, mas devagar
Se quiser me assaltar
Pode levar, só tenho uma alma
E um par de sapatos velhos
Desgastados de tanto andar
Andar em busca dos meus sonhos
Pois eles seguem retas
Em meio a essas retas vou traçando minhas metas
Itapipoca à noite é sombria
Tão fria, mas tão quente
Sem rumo, apenas sigo em frente
Nos becos e vielas da minha mente
E assim eu vou seguindo em frente
Calado
Só não posso ficar parado