Puxo o gatilho, atiro
Minhas balas são palavras
O cartucho expressão, artística
Escrevo rimas em uma madrugada
Mística, sozinho em meu quarto
Em meio a solidão
Coloco os fones de ouvido
E logo vem a inspiração
Não quero ser famoso
Não ser mais um pra somar
Só quero por pra fora o meu direito de se expressar
Pois toda forma de expressão é aceita
A seita secreta dos poucos que aceitam
E atingem a sua meta
Sua meta, seja qual seja
Objetivo, a ser traçado
Meio caminho, foi alcançado
Não paro de falar, é bom que esteja me escutando
Se abaixar o volume, vou começar a cantar gritando
A vida parece ser algo banal
Pra uns é fatal, eu queria que pra mim fosse normal
Mas normal eu nunca seria
Acho mais fácil você encontrar em meio ao Saara um poço de água fria
Tenho várias paixões que aumentam constantemente
Elas se chamam livros
E todo dia leio um diferente
Franz Kafka, Anne Frank, Stephen King
Freud, Shakespeare, Machado de Assis
Se é assim que você diz
Se quer remar contra a maré
Trás algo regional
Trás patativa "de" Assaré
Amo literatura
Poesia e palavras
O poder de se expressar
Seja em casa ou em praças
Páginas amareladas, cheias de traças
Guardam uma história esquecida pelo tempo
Por um momento, eu sinto nostalgia
De um livro qualquer, ou de um dia
Um dia ensolarado comum
Em que saio por aí sem rumo
E acabo encontrando a trilha do meu futuro
Olho por cima do muro
E vejo a felicidade fugir de bicicleta
Cansada de esperar
As pessoas alcançarem suas metas
Em meio a essa cidade, a tristeza anda solta
E a mesma ainda passa de boca em boca
Transformando sorrisos em prantos
Porém tal detalhe eu ignoro
E transformo minhas rimas em algo sonoro
Algo livre, sem rótulos, sem julgamentos
Pago meu amor, sem juros
A prazo, sem pressa
Assim que termina
Logo começa a peça
Meu coração não é brinquedo
Não é objeto de brechó
Ou de varejo, talvez de atacado
Pois de vez em quando ele é atacado
Por um inimigo chamado ilusão
Mas me mantenho são
Diferencio o amor falso
Dos que não são
Não consigo me afastar
Agora te pergunto
De que adianta ter toda a razão do mundo
E não ter ninguém pra amar