Ó meu senhor do engenho
Eu só quero ver o mar
Quero voltar pra minha terra
E chão pra plantar
Ó meu senhor, eu sou negro
Ó meu senhor, eu sou branco
Da sua alma sou um espelho
Mas com certeza sou humano
Ó meu senhor, eu sou trabalho
Ó meu senhor, eu sou o campo
Da despedida eu sou o beijo
E das mulheres eu sou o pranto
Ó meu senhor, eu sou saudade
Ó meu senhor, eu sou açoite
Do coração eu sou a esperança
E dos seus olhos eu sou a noite
Ó meu senhor, eu sou pobreza
Ó meu senhor, eu sou a dor
Nessa miséria eu encontrei riqueza
E das verdades me tornei amor