O riozinho nasce lá no pé da serra
E vai crescendo até tornar-se ribeirão
Nosso amor também nasceu lá na infância
E cresceu tanto que virou grande paixão
O rio manso da nossa felicidade
Já navegamos ao sabor da correnteza
Até que um dia a tempestade traiçoeira
Nos transformou num oceano de tristeza
E eu fiquei aqui no porto da saudade
Olhando as águas do meu cais de solidão
Quem sabe o vento me traz a felicidade
Que há muito tempo abandonou meu coração
As enxurradas poluídas de maldades
Foram chegando e o riozinho transbordou
Nosso barquinho carregado de esperanças
Não resistiu a tempestade, naufragou
O vento forte foi levando nosso amor
Para bem longe onde a vista não alcança
Ondas cruéis separaram nossas vidas
E só nos resta mergulharmos na lembrança
E eu fiquei aqui no porto da saudade
Olhando as águas do meu cais de solidão
Quem sabe o vento me traz a felicidade
Que há muito tempo abandonou meu coração
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)