Ficar parado por aí, olhando o nada ao redor
Buscar sorrisos sem sorrir, sem seu mundo afunda no pior
Conceito para existir, ignorância à flor da pele
Então freia tão de repente que a inércia revela o abismo
Lá onde o vento faz a curva, além de sol, além de chuva
Fez-se matéria tudo o que eu sonhei pra mim
Mas se prender-se à matéria é desfrutar do irrisório
Então sonhar é relevante e se prender é estar no óbvio
O fogo passa cavalgando, basta eu estender a mão
Mas meu medo de me queimar me impede de sair do chão
O susto fica escancarado, meu ódio ama meu rancor
Meu mundo fica em repouso, eu não faço questão de amor
Me emputeci de ser clichê, de programar meu acordar
Dia a dia vá se foder, queria não poder chegar
Não tenho mais o que falar, calaram minha expressão
Padronizaram a diferença e dissiparam meu normal
O que pertence a mim agora não deve mais pertencer
O que eu sempre achei que fosse agora não deve ser
Minha potência estagnou, mas não é isso que eu quero
A estagnação está levando meu mundo à zero