Eu sou a música da gente
quando nua e crua,
escorro do nariz do pobre
quando ele se assua,
sou a Carolina na janela,
desejando a rua,
com a solitude eu ando acompanhado,
cada virtude minha é um pecado.
Varejeira come lixo
feito creme chantili
e que mistério tem aí?
E qual lição que eu aprendi?
Sou o cachorro na viela
cobiçando a lua,
sou o vermelho da donzela
quando ela menstrua,
o amassado na baixela feito com gazua.
A solitude eu quis por companheira,
cada mentira minha é verdadeira.
Trepadeira borda folha
feito ponto macramê,
é um mistério de se ver,
é uma lição pra se aprender,
pior que a morte é desviver.
Varejeira faz zoeira
no monturo do meu coração,
sete estrelas eu quisera
sete vezes azuis, sentinelas
do meu violão,
ô...ô...