Quando eu fiquei sabendo da morte do soberano
Viajei o dia inteiro no meu cavalo ruano
Fui até lá na fazenda que vivia o cuiabano
Comprei o couro e o chifre do famoso boi tirano
Na cidade de barretos a história do boi preto
Começou há muitos anos
O seu dono era o menino como a história foi contada
Que um dia o soberano com suas guampas afiadas
Salvou ele do perigo brincando numa calçada
Seu pai comprou esse boi tirou ele da boiada
Por ter salvo seu filhinho o soberano velhinho
Morreu na sua invernada
Do chifre do soberano fiz um berrante maneiro
Do couro trancei um laço prá laçar boi pantaneiro
Daquele tempo até hoje passaram muitos janeiros
Eu ainda estou na luta junto com meus companheiros
Só que hoje nas estradas eu só transporto boiadas
Num caminhão boiadeiro
O berrante que foi feito com chifre do soberano
Eu guardo como lembrança por muitos e muitos anos
O laço no meu trabalho eu uso de vez em quando
Prá laça algum mestiço que sempre foge do bando
Na cabine do possante o meu laço e o berrante
Sempre vão me acompanhando
Composição: Rubens Simões/Marcos Violeiro