Sinto a fumaça que vem do cachimbo
Arriei pra guiar teu caminho
Chamei a falange ancestral
Sou pesadelo de quem me cala
Chave que abre senzala
Fogo no canavial
Quilombo alforriado em tempo de rebelião
Malassombro contra a opressão
O avesso destemido
Sobrevivente na mata
Aquele que caçador não caça
É pena, é palha, é coroa
Japecanga é cipó
É pajelança, é folha
Na tirania um nó
Passa rio e riacho
Onde passo é alvoroço
Nas terras de Catucá, caboclo
É triunfei, é triunfá
Na raiz do Catimbó e matriz da Juremá
Já rompi o cativeiro, resgatei da aflição
Grande Mestre curandeiro
Faço do vinho o portal pra miração
Sete cidades, sou reis
E meus encantos guardei
O que é o medo pra quem é revolução?
Vela na encruzilhada
Exu trunqueiro
O catiço dessa estrada
Tem galo preto
João Batista de três mundos mensageiro
Firma o ponto pra saudar, Sobô Nirê Mafá
Firma o ponto no terreiro, vou me apresentar
Eu me chamo Malunguinho
Malunguinho abre a mesa
Eu protejo essa casa, nesse samba de defesa
Arde a chama da justiça
Esse carnaval é meu
Hoje sou a Viradouro e a Viradouro sou eu