Amadrugada estava linda e inquieta
Espelho do meu desespero de poeta
Peguei o meu trevo, vesti a Camisa e fui à Barra Funda
Embriagado da Inspiração mais profunda
Fotografei a melodia de cada cena
Perfumando a escrita tão serena
Consciente em fazer da vida um teatro
No palco do desejo que idolatro
Olhe em meus olhos, não paro na metade
Faço do corpo um blues sem piedade
E se no próximo beijo me encontrar assim
Balança que eu mordo a liberdade do fim
Zombo da culpa até o último suspiro
Sou mais carente do mundo, mas me viro
Vivo nas doses do rock and roll
Averdade nua em pêlo, faz parte do meu show
Meu narcisismo se ajoelha aos seus pés
No precipício da razão e através
Dos teus lábios faço greve de fome
Morro afogado na ideologia que consome
Sei que te inventei em meu rabisco
O Beija-Flor cantou, tento de novo, me arrisco
Sei, só as mães sabem o que senti
E você não fede à burguesia que mata por aí
O tempo não para de ver minha cara
Eternizada em sua beleza rara
Eu sou assim
Meu verso é navalha que deixa cicatriz
Te amo enlouquecidamente pro dia nascer feliz
Em Verde e Branco pro dia nascer feliz