De fronte a casa que moro na cidade
Plantei um pé de guabiju e erva-mate
Naquela sombra sinto amargura e saudade
Quando mateio pela manhã e pela tarde
Lá que outra vez me passa um camponês
Levanto a cuia, grito: chega adelante!
Um dedo de prosa me deixa mui contente
Com os que lidam com gado, terra e semente
E ao despedir lhe desejo boa sorte
Peço que volte ao apertar sua mão forte
Sinto o calo arranhando que nem brote
Que sai das cinzas de um toco depois da morte
Não há o que faça um miserável que me passa
Ao mendigar com samburavas vazio na mão
Passos lentos, olhos pregados no chão
Virando lixo atrás de um pedaço de pão
São momentos que me enchem de emoção
De um cidadão nem vê perde a razão
Os que ficam se despedem dos que vão
Só Deus sabe dos que partem se voltaram
Descamisados pobres a vagar em vão
Os pés no chão com suspeita de ladrão
Muitos juraram a bandeira da nação
Foram recrutas pracinhas de um batalhão