São modestos os telhados
Que nasceram p'ra chorar,
Ermitões ajoelhados
De mãos postas, a rezar,
Os telhados são vermelhos,
Mancha rubra que ao sol brilha,
Faz lembrar uma canoa
Que tombou, virando a quilha!
Refrão
Telhados vermelhos,
Que a lua embeleza,
Livros d'Envangelhos
Onde a chuva reza.
E onde o fumo em turbilhões
Vai subindo a tal altura,
Que às vezes lembram vulcões
Em miniatura!
O telhado duma casa,
É visto com tal carinho,
Como se fosse uma asa
Estendida sobre o ninho.
Os telhados são terreiros
Onde a neve vem poisar;
Onde passam nevoeiros
E onde o vento anda a bailar:
Refrão