Do meu silêncio eu fiz um universo e me perdi
distorcendo a ordem natural de tudo
não precisava mais do mundo como o conheci
então deitei-me errante à sorte dos abutres
Mas deixei pra trás
todo arrasamento que vi
e, bem ou mal, seria eu
meu próprio modelo de sorte
ou destruição
De tênues braços
a redesenharem a vida
fiz batutas e orquestrei
um horizonte vário
em tons de ilusão
Só que em apacentando-me assim
deparei-me com tantos monstros
que não percebia
mas que rondavam-me da cabeça
até os pés, consumindo-me em doses
de subversão