Nem pensar em oclocracia
Longe disso acontecer
Pátria que ainda ontem era um ovo
Amadurecer a nossa democracia
Mudar essa gente e as pessoas pra povo
Não se desanime, parceiro
Na vida se deve correr atrás de tudo
A verdade não tem as pernas da mentira
E ninguém disse que surdo é mudo
Tudo é possível de ser mudado
Doença, trabalho, vício, paixão
O meio de vida de cada qual
O controle inexato da emoção
Até mesmo a dona da foice
Pode ser convencida a adiar
O seu plano. Fora de hora
Pra quem insiste em aqui ficar
Já que se inventou o Céu
Pra quem viveu com esmero
Invente-se também a felicidade
Pra quem ficar fora dele, espero
Poeta não vai para o Céu
Também não vai pro escuro
Poeta é dócil e cruel e mora na letra
Nunca em cima do muro
Quero dizer que tudo põe no papel
E quando desce a ladeira
É pra escalar o K2
Poeta tem a cura pra tudo
Mesmo pro que venha depois
Repito que tudo põe no papel
E quando desce a ladeira
É pra escalar o K2
Mas a cura é pra quem se vê no papel
Mesmo pro que venha depois
E só põe tudo no papel
Porque acredita que o inferno é aqui
E aqui mesmo é o Céu
Por ora, sem nada por escalar
Basta respeitar o meio ambiente
Para o poeta se calar
Que mundo pronominal é esse
Que fala mais do que dá ouvido?
Tem? um que? de interrogativo
É um sacana-relativo
Ou se chama conectivo?
Você se diz cidadão
E nos dias de hoje isso se chama mérito
Então não duvido
Que usa a água e a energia elétrica
Com o mesmo critério
Com que usa o cartão de crédito
Tudo é possível de ser mudado, sim
Não só doença, trabalho, vício, paixão
Mas a economia, a intransparência, até a moral
O futuro sem futuro da nação
Agora, me conte como usa o seu cartão
Caríssimo cidadão
Se é obrigado a parcelar compra de supermercado
E gasta mais que 5 minutos pra lavar a alma
Só o Estado e você têm a solução