Fui nascido no interior
Família de gente nobre
O meu pai é fazendeiro
Caboclo cheio do cobre
Neste mundo misterioso
Sempre existe alguns poréns
A intenção do fazendeiro
Era gastar o dinheiro
Pra não deixar pra ninguém
Os filhos foram crescendo
Cada vez mais revoltados
O velho gastando à toa
Tudo que tinha ganhado
Herança que recebeu
Até mesmo da esposa
Sempre metido a machão
Vivia o fazendeirão
Nos braços das mariposas
E os tempos foi passando
Veio os primeiros fracassos
Quem foi dono de boiada
Hoje não pode com o laço
Seus cavalos puro sangue
Relembrando ele sonha
Sempre culpando o destino
Sendo contra eu opino
Foi só falta de vergonha
Os filhos todos casaram
E ele no mesmo caminho
A sua esposa sofrida
Vive adorando os netinhos
Até mesmo a sociedade
Deixou ele sem abrigo
Todos tratam com desdém
Aquele homem de bens
Hoje não tem mais amigos
Transformou tudo em nada
Seu orgulho e nobreza
Pra aquele fazendeirão
Hoje só resta pobreza
Deus ajuda quem merece
Mas castiga quando erra
Da doutrina celestial
Quando se pratica o mal
Paga aqui mesmo na Terra
(Pedro Paulo Mariano - Santa Maria da Serra-SP)