Quando a chuva cessava e o vento fino
Franzia a tarde tímida e lavada
Eu saía a brincar pela calçada
Noa meus tempos felizes de menino
Fazia de papel toda uma armada
Estendendo os meus braços pequeninos
Eu soltava os barquinhos sem destino
Ao longo na sarjeta, na enxurrada
Fiquei moço e hoje eu sei, pensando neles
Que não são barcos de ouro os meus ideais
São feitos de papel, são como aqueles
Perfeitamente, exatamente iguais
E os meus barquinhos, lá se foram eles
Foram-se embora e não voltaram mais
E os meus barquinhos, lá se foram eles
Foram-se embora e não voltaram mais