Qualquer coisa nova tá velha
Qualquer coisa antiga tá nova
Feito brasa de uma centelha
ou cinza que se renova
Tempo que passa, passa na esquina
faz uma graça e se manda
O tempo anda direto no Circular 102
desce ali na Santa Casa e volta depois
O tempo não dorme no ponto
Qualquer coisa nova tá velha
Qualquer coisa antiga tá nova
Feito brasa de uma centelha
ou cinza que se renova
Como o cabelo, volta na ovelha
Como o novelo da cobra
O tempo esquece o protocolo
e vai lembrar outra vez
Tempo menino de colo
pedreiro chinês
O tempo na esquina de sempre com nunca mais
Compensa a memória fraca com vigor de rapaz
Tempo que roda, o tempo que volta, o tempo que roda
Roda a catraca das ilusões imortais
Qualquer coisa nova tá velha
Qualquer coisa antiga tá nova
Feito brasa de uma centelha
ou cinza que se renova