Antes mesmo do tirão
Que deu o laço estirado
Bem antes mesmo do pealo
E do desjarreteador
Bem antes que um corredor
Velasse um rancho solito
Tive estancada a garoa
Sobre o couro de um bendito
Sou gaúcho que andou caminhos
E amansou o primeiro potro
Bem antes que o Sol de agosto
Quebrasse o vidro da geada
Andei de pata pelada
Deitando flor e carqueja
E ganhei meu par de bota
Num tiro de boleadeira
Na pedra junto da sanga
Sentei o fio da minha adaga
E junto com um ô de casa
Fiz nascer o primeiro poso
Com o pala maneei meu potro
E quando ergueram os bolichos
Pedi duas canha com arnica
E ali dei rédeas pro vício
E num galope estendido
Teloneei zainos e tempos
Cortei canhadas e cerros
Antes das cavalarias
Sou gaúcho que se confia
Sabedor das internadas
Que conta de amor e penas
Pela boca da guitarra