É num baile de fronteira
Que a gente pode aprender
Esse balanço safado
De se dançar chamamé
Tem que ter manha no corpo
Pra sapatear tem que ter
Tranco de sapo baleado
E jeitão de jaguarete
Tudo começou em Corrientes
O baile - veja você!
Também se orelhava um truco
Que é modo de se entreter
O ás que sobrou na mesa
Bastou pra coisa ferver
E a cachaça brasileira
Alguma culpa há de ter
E foi tiro e "cimbronazo"
Pago pra ver
Dexa que venha no braço
Pra se entender
Se o facão marca o compasso
Deixa correr
Que enquanto sobrar um pedaço
Vamo meter!
O gaiteiro era Buerana,
Não deixou o baile morrer
Parou um falseado de seco
E sapecou um chamamé
Fico só um casal dançando
Gritando "oigalê, tche!"
Que por quatro cinco tiros
Não vamo se aborrecer
Dançar na ponta d'adaga
Não é tomar tererê
Tem que corpear pros dois lado
Fazendo por se esconder
Aí surgiu esse tranco
Que foi até amanhecer
E quanto mais corria bala
Melhor ficava pra ver