Eles sentaram-me à mesa do medo
No banco mesmo a seu lado
Sentia-lhe o corpo hirto
E gelado de tão perto
Sentia-lhe o cheiro podre
De tão velho
Que o medo perdeu a idade
No labirinto dos homens
E escorre pela sombra
Dos corredores
Eles sentaram-me à mesa do medo
No banco mesmo a seu lado
Ouvia-lhe a boca negra dizer-me:
“não penses, assim não sofres”
Virei a mesa do medo
É pensei
Que há mais para virar
Virei-me por dentro
Até despertar
Eles sentaram-me à mesa do medo
No banco mesmo a seu lado
Ouvia-lhe a boca negra dizer-me:
“não penses, assim não sofres”
Virei a mesa do medo
E pensei
Que há mais para virar
Virei-me por dentro
Até despertar