(inspirado no fado "O Bêbado Pintor de Alfredo Marceneiro)
Encostado ao balcão da taberna
O bêbado pintor
Espera a noite de sombras vazias
E quem vende o amor assim
Louco e ébrio num circo deserto
Cambaleando e só
Um palhaço triste
Inventa um pouco de alegria
E dança num palco gasto
Afastando o pó
Hoje eu sou rei do mundo
Pintor de todo o lugar
Um coração de vagabundo
Sabe voar
Ela entra nas noites sem rumo
Com o olhar vazio
E traz nos cabelos
A brisa leve do Outono
Que ele quis pintar
E lhe fugiu
Só e ébrio num carrossel louco
Sem mastro nem chão
Diz-lhe: vem ver um palhaço triste
Descobrir a poesia
Em noites de amor
E solidão
Hoje eu sou o rei do mundo
Pintor de todo o lugar
Um coração de vagabundo
Sabe voar