Faço som subterrâneo
Pra que você use o seu crânio
Não somente pra colocar um boné
Alguns perderam a fé
Na busca de si mesmo
Jogo palavras a esmo
Em exercício momentâneo
Em meio à minha arte me equilibro
às vezes choro ou rio
Aprendi que um dia frio
É um bom lugar pra ler um livro
Solidão é exercício
Quando me perco
Volto ao início
Com a palavra, assinei um contrato vitalício
Pois eu sei que ela não morre
E transcorre nos ouvidos
De quem aceita a verdade que ela revela
Não assisto a novelas, a vida real é mais interessante
Que a tragédia fictícia desse circo itinerante
Muitas vezes meu relato é empírico
Constantemente fazendo uso do eu lírico
Nunca fui bom em cálculo
Eu sou meu próprio oráculo
Dentro desse cubículo, faço meu espetáculo