[Verso 1: Marcão]
Sou daqui, eu sou de lá, tenho mais de um lar
Sempre a caminhar. Nômade, Sou de todo lugar
Caminho à todo instante, nessa rota. Itinerante!
Minha arte é livre, em movimento constante
Da Selva, do Zoológico, desvio do que é lógico
Sincronicidade na cidade, tempo cronológico
E eu tô aqui, eu tô ali, meu tempo eu dividi
Nesse caso ao acaso, com o som me comprometi
Vivo nos fundo de buzão, vivo na condução
Nos trens, no metrô, encarando a lotação
Ando sempre munido, com meus fones de ouvido
Baixada é pra onde o coração sempre bate em sentido
Compulsivo, produtivo, introspectivo
Presente do indicativo; Ativo, sempre lendo um livro
Em meio a tribulações, reflexões, tiro minhas conclusões
E sei que ideias perpassam gerações
[Refrão: Marcão]
Itinerante, em movimento constante
Sou andarilho, caminho à todo instante
Assim eu sigo minha viagem, sigo minha caminhada
Direto do Rio de Janeiro, eu sou da Baixada
[Verso 2: Marcão]
Da Baixada, vou pro Centro. Zona Norte, vou por dentro
Adentro as ruas, evitando contratempo
Zona Oeste, Zona Sul, direção tem de monte
Rodoviária, circulação diária, pr'outro lado da ponte
É sol, é chuva, arco-íris, brilho no olhar
Odeio guarda-chuvas, tô aqui pra me molhar
Nessa viagem, que não tem massagem, levo minha bagagem
Na mente e no coração, registro imagens
Andarilho, meu caminho eu trilho, com a rima no gatilho
A cara do Rio: Globo, biscoito de Polvilho
No Mar de Gente, na Central, é o bonde do trem
Gente da gente, nesse astral, são mais de cem
O trem tá lotado, o trânsito, engarrafado
Nada se move e por esse âmbito estamos cercados
Busco novas rotas, novas frotas, novas notas
E nesse caminho eu não vou colecionar derrota
[Refrão: Marcão]
Itinerante, em movimento constante
Sou andarilho, caminho à todo instante
Assim eu sigo minha viagem, sigo minha caminhada
Direto do Rio de Janeiro, eu sou da Baixada
[Verso 3: Átomo]
Eu
Distância não meço, começo com o pé direito
Com jeito, como quem pisa sobre ovos
Não hesito, transito pelo estreito
Em velhos conceitos, porém de tênis novos
Troveja, mas trovo, em meio as trevas
Me atrevo, não travo. Dito bravo, se entreva
Moonwalker, passos atrás
Meu caminho, Deus aplaina
Bailarino coxo, sem sapatilha polaina
Rodopia, rodopia, mas não cai
Digo mais: Foreman foi à lona, depois de bater em Ali
Que diferença faz ser saci ou centopéia, se a odisseia não tiver um Grand Finale?
Sombra da Morte, Vale
Serpentes e escorpiões pavimentam a rua
Não bato perna em várias direções, pois sem bem aonde Zion se situa
Átomo continua pelo campo de extermínio
Debocho dos Nazis rimando em aramaico
Jesus, lâmpada para os pés, caminho retilíneo
Passos iluminados, como no clipe do Michael
[Refrão: Marcão]
Itinerante, em movimento constante
Sou andarilho, caminho à todo instante
Assim eu sigo minha viagem, sigo minha caminhada
Direto do Rio de Janeiro, eu sou da Baixada