Os heróis da minha terra não tem nome
Nem medalhas pra encobrir suas feridas
Os seus atos de bravura desmedida
Nunca avançam muito além de suas vidas
Minha terra não dá vez a sonhadores
Nem aos homens que procuram a liberdade
Vive bem que fecha os olhos a violência
Vive bem quem faz da dor a penitência, eu sei
Mas coitado de quem gosta da verdade
O poeta que segura na viola
Já não tem motivo pra cantar
E o peão que ganha a vida atrás da enxada
Vê que as mãos tão cada vez mais calejadas
eu sei
E não tem uma casinha pra morar
Passarinho já cortaram suas penas
De que serve o céu azul pra não voar