O desejo nos leva, leva, leva
Sem direção às cegas
A paixão quer a boca
O anzol é feito espera
Devorar é o seu fim
O amor é prêsa e é fera
A vontade tocaia o amor
Carrega no ventre
Passado, futuro e presente
Que o tempo engole indiferente
Seu querer é que rasga, é que dilacera
Em correntes de anelos ata, ata
Ata todos os atos, gira, gira
Gira a roda do mundo
O sentido de tudo
Meu gênio e o seu deixa um pouco
No gens de quem nasceu
Não há o que tire o que é seu
Fica mais vivo o que morreu
O eu, o eu, o eu, o eu
Estrela que já não há
Sua luz viaja na imensidão
O calor desse amor
Vive agora em outro coração