O rio que corta a aldeia
De minha infância
Não é o posto por Pessoa
Nem Tejo, nem Tâmisa
Volga que o valha
Orvalhado na noite
Sereno, corre calado
Não por terras entre Minho e Douro
O rio de que falo Rasga o sertão
Do Sumidouro
Me lembro sim, suas águas calmas
Meio sem jeito, suas águas calmas
Triscar inocente suas águas calmas
Ao fisgar intrépidos Lambaris
Os passos trôpegos no barro sozinho
A relva molhada, a passarinhada
A velha porteira, primeira
Fronteira do meu caminho