José Maria tinha um sonho e um feijão
e ele sabia que com os dois juntos
a dispensa da alma não ficaria vazia
Mas corre, corre, correria e lá tava o Zé
disputando as migalhas escutando o que não quer
Volta para casa com o feijão na mão
e o sonho esmagado preso no coração
Pra muitos apenas mais um, pra quem se interessa 0, 1
Depois de se arrumar, depois de pegar o circular
Ele garantia outro grão, pra só então começar a sonhar
Passaram alguns anos e o Zé tinha a escolha nas mãos
na esquerda o seu sonho, na direita sua ilusão
Não foi por falta de coragem e nem muito menos por estupidez
Que a mão esquerda se abriu, dedo a dedo a vida o fez
Um outro escravo condenado
a ganhar um salário de merda todo mês